Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade, recomendar conteúdo de seu interesse e otimizar o conteúdo do site. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Confira nossas Políticas de Privacidade e Termos de Uso, clique aqui.

O jornal que todo mundo lê
Publicidade
Colunas
30/04/2025 - 10h37
Réquiem para o Papa Francisco
Confira a coluna do Brígida Borges na última edição da Gazeta: 4.289

     Nascido em Buenos Aires, um dos filhos prediletos de Nossa Senhora cumpriu sua missão com coragem e compaixão, de maneira simples, transparente, carregada de ações, ternura, alegria, naturalidade, gestos de amor, oração e espiritualidade.

O comprometimento de sua fragilidade humana nos pulmões e nos joelhos não o impediu de levar até o fim o SIM dado ao Senhor, primeiramente em 13 de dezembro de 1969, como sacerdote, depois em 27 de junho de 1992, como Bispo, em 3 de junho de 1997, como Arcebispo, criado Cardeal em 21 de fevereiro de 2001 e o papado, em 13 de março de 2013, com o lema “Miserando atque elegendo” (Olhou-o com misericórdia e o escolheu). Parece que, quanto mais padecia fisicamente, maior e mais forte ficava espiritualmente. Suas últimas palavras e seu comparecimento na praça São Pedro, no domingo de Páscoa, são uma prova dessa derradeira capacidade. Mente e frases perfeitas num aparelho humano sofrido e cansado.

“Neste dia, gostaria que todos nós renovássemos a esperança e renovássemos a nossa confiança nos outros, incluindo aqueles que são diferentes de nós, ou que vêm de terras distantes, trazendo costumes, modos de vida e ideias desconhecidos! Pois todos somos filhos de Deus!... Gostaria que renovássemos a nossa esperança de que a paz é possível”, escreveu o Papa.

A notícia de seu falecimento não nos pegou de surpresa pois, acompanhando as notícias que o Vaticano nos dava, perguntávamos – até quando Deus o quer aqui? E esse dia chegou logo depois que comemoramos a Páscoa; para ele, a páscoa definitiva.

Reconhecidamente um líder desafiador e seguidor de Jesus nas atitudes de misericórdia, perdão, escuta, abertura, humildade e simplicidade. Insistiu em uma Igreja em saída, “como um hospital de campanha”, que acolhe, escuta e cura. Incentivou e convidou todos os cristãos, especialmente o clero, a estarem próximos do povo. Acolhia indistintamente mas procurava pelos menores e sofridos.

Agradou a todos? Seguramente não. E ele sabia disso. O que realmente importava é o cuidado com o outro, especialmente o mais necessitado e indefeso, com a casa comum, com a Palavra anunciada e as ações, pontuais, correspondentes e concretas. Não apenas projetos e ideais, mas atitudes e realizações. Buscou o povo e pedia sempre que rezássemos por ele e também uns pelos outros para que a fraternidade fosse uma realidade, caminho frutuoso para a evangelização.

Sua preocupação com o desprezível, com o menor, com o solitário, com o padecente de dores nos encantava. Suas visitas aos presídios, hospitais, asilos, seus telefonemas para se sentir próximo das pessoas nos deixaram marcas indeléveis de exemplos fortes, possíveis e reais. Ele foi uma voz constante pela paz, pela justiça, contra a violência, a desigualdade, a exploração. Promoveu o diálogo inter-religioso, a paz entre os povos e o respeito mútuo. Ele acreditava que, mesmo com diferenças, é possível construir juntos um mundo melhor.

Obrigada, Papa Francisco!

“Requiem aeternam dona eis, Domine (Senhor, concede-lhe o eterno descanso).”




Confira Também


Publicidade

no Facebook