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Geral
04/08/2025 - 09h56
Gerdau demite 1,5 mil colaboradores e diz que investirá menos no Brasil

Em razão do alto nível de importações de aço, a Gerdau demitiu cerca de 1.500 colaboradores no Brasil entre janeiro e julho deste ano, informou o CEO do grupo, Gustavo Werneck, à imprensa, nesta sexta-feira (1º). Segundo o executivo, a empresa também já decidiu que reduzirá o volume de investimentos no mercado brasileiro nos próximos anos.

Os desligamentos foram se intensificando ao longo dos últimos meses e aceleraram ainda mais na última semana, após não terem sido anunciadas medidas adicionais de defesa comercial na reunião do Comitê Executivo de Gestão (Gecex) do dia 24, conforme era esperado. Os cortes no quadro de funcionários dos últimos dias se concentraram, sobretudo, nas usinas de aços especiais em Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes, em São Paulo.

Quanto aos desembolsos, Werneck havia sinalizado em fevereiro que a empresa poderia revê-los se o governo federal não impusesse novas medidas para conter as importações, consideradas desleais. Como não ocorreu nenhuma mudança real, a Gerdau tomou a decisão de não aplicar no Brasil, a partir de 2026, as mesmas cifras dos últimos anos – de cerca de dois terços dos aportes totais do grupo, que giram em torno de R$ 6 bilhões por ano.

“Não tem sentido continuarmos investindo tão alto no Brasil, já que o governo federal não toma medidas alinhadas à Organização Mundial do Comércio para impedir a entrada desleal de aço, especialmente da China, e não conseguimos competir de forma igualitária e isonômica”, disse o CEO. “Então, vamos reduzir. É uma decisão tomada”, reiterou.

Por outro lado, a companhia seguirá com o mesmo patamar de desembolsos nos Estados Unidos, de acordo com o executivo. “Lá encontramos um ambiente adequado para continuar investindo e produzindo localmente, como fazemos há mais de 30 anos”, pontuou.


Projetos futuros estão em análise e aportes em Minas Gerais devem ser mantidos

No momento, a Gerdau debate quais investimentos futuros no País serão mantidos e quais serão cancelados. A ideia é manter os projetos, ainda não aprovados, que promovam melhorias e redução de custos, enquanto aqueles que não têm relação direta com custo e competitividade, por exemplo, de aumento de capacidade produtiva, sejam descartados. 

Segundo o CEO, possivelmente os aportes em Minas Gerais, especialmente em mineração sustentável e na usina de Ouro Branco, na região Central, que possam representar diminuição de custos, vão acontecer. Mais detalhes da reavaliação do plano de inversões dos próximos anos estão previstos para serem divulgados no Investor Day, em outubro. 


Demissões não incluíram Minas Gerais e investimentos em curso continuarão 

As demissões que a Gerdau efetuou nas operações brasileiras não incluíram Minas Gerais. De acordo com Werneck, desde que hibernou a unidade de Barão de Cocais (região Central), em maio do ano passado, o grupo não tomou nenhuma nova decisão nesse sentido. 

Conforme o executivo, não há necessidade nesse momento de fazer cortes nas usinas mineiras, até porque a empresa está focada no grande investimento que faz na instalação de uma plataforma de mineração sustentável no distrito de Miguel Burnier, em Ouro Preto, também na região Central. Ele destacou que o projeto batizado de Itabiritos trará uma enorme competitividade e redução de custos para a usina de Ouro Branco.

Além disso, o CEO enfatizou que a revisão do nível de aportes que a empresa fará no Brasil nos próximos anos não muda o capex anunciado para 2025. Ou seja, os R$ 6 bilhões programados pelo grupo, dos quais dois terços no País e R$ 3 bilhões, especificamente, em Minas Gerais, serão investidos. Cabe destacar que, no primeiro semestre, a siderúrgica investiu praticamente a metade do valor previsto para todas as suas operações.

Capacidade atual está ajustada, mas há possibilidade de novos ajustes e desligamentos

A atual capacidade de produção da Gerdau está adequada ao que a empresa consegue vender no mercado brasileiro no momento, informou Werneck. No entanto, se a taxa de penetração de aço importado no País seguir aumentando nos próximos meses, como se prevê, a companhia terá que fazer novos ajustes e desligamentos.

“Existem algumas usinas que estão no limite de operar com capacidade baixa, porque chega um momento em que há tão pouco volume para produzir que não faz sentido continuar. É preferível paralisar aquela usina e transferir a pequena produção que ainda resta para outras unidades para tentarmos diluir melhor os custos”, disse.

“Um exemplo prático do que está acontecendo agora é a nossa usina de Mogi das Cruzes, onde estamos no limite de promover uma paralisação, transferindo a capacidade para outras plantas de aços especiais”, revelou o executivo.



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